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DESABAFO

Eu sou o que vêem que sou, todo meio imperfeito
Eu sou, à verdade e a mais pura medonha verdade  que sentir outrem negaria
Eu sou o sentimento mais íntimo e tão original para o ser desfeito
Eu sou muito mais para mim mesmo, tão egoísta e ela nunca ficaria

Eu que pouco falo e tão logo me calo
Eu calo mesmo muito antes que falo
Eu não me considero um mero psicopata oh mundo!
Eu que não me dou com o mundo bruto, sujo desconhecedor da beleza do quimbundo

Eu nem canto, nem mais clamo porque o mundo julga-me condenado
Eu morri desde que nasci, afinal que importância carrego num mundo sem pejo?
Eu não me reconheço no que tanto afirmam e sobre mim no seu cérebro têm armazenado

Eu não me ouço exteriormente, na verdade, tenho um grito mudo
Eu me escondo da tua cidade em luxo, eu tenho nada ao invés de tudo.


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