O Meu corpo, meu templo, pertence apenas a um (que continua
na minha imaginação). Um homem que já me amou, este mesmo homem que não sei se
ainda o amo, se é apenas uma saudade qualquer.
Casa, trabalho e escola. Fim de semana um entretenimento,
uma festa, uma noite... A minha vida é feita assim.
A minha casa enche de amigas que me fazem sorrir, às
vezes, mas a falta do teu sorriso me entristece.
Das vezes que a gente ia para um lugar qualquer, um lugar
distante de nossas residências, aquilo era uma aventura, meu ex-homem.
Às vezes bate uma vontade de pegar no meu telemóvel e
ligar-te. Às vezes acho melhor não. Penso no teu novo relacionamento e se for
p'ra tu seres feliz e eu triste, tudo óptimo, por isso não ligo.
De ti nada esqueço. Dos teus olhos fundos que
concentravam o meu e logo não resistia. Das brigas que muitas vezes tivemos e
como um casal incomum, ia terminar no banheiro.
Seu cheiro, seu corpo, seu músculo que adorava vê-lo
dispido. Sinto saudades de tudo isso. Da chama que incendiava o nosso belo
colchão, o meu belo colchão que também só virou solitário. Estamos solitários e
por vezes bate uma vontade de dizer volta p'ra nós meu ex-homem.
Mas hoje estou decidada.
— Aló!
— Aló! — Acabei de ouvir uma voz femenina. Acho que ele
já deve se casar.
— Desculpe foi um engano.
— Será?! Eu sou prima do Michael.
— Sério?!
— Sério! Estou dando o telemóvel p'ra ele.
— Aló!
— Oi Michael meu homem.
— Teu homem? A minha prima não disse p'ra ti? Já sou um
homem casado...