Sufocados e sem poder voar. Aprisionados nas mãos
gigantescos de um malvado infeliz que procura a felicidade nas coisas que não
tem. Eles clamam por ajuda. Imploram para que tenha alguém de boa fé ouvindo as
suas vozes — que reaja.
Os cantos começavam a perder as belas vozes agudas que
acordavam os que não têm o despertador, aliás, eles eram os seus despertadores
sem valor.
A natureza intristesida e cabisbaixa, tão caótica que
pedia explicações com lágrimas secas do porquê que dos pássaros já não se
ouviam aqueles adoráveis e pequenotas vozes brilhantes que pairavam todos os
santos dias no ar refrescante que pela mesma causa adoeceu.
Que lindos pássaros perdedores! Que lindas vozes mortas!
A mão gigantesca libertou os pássaros, mas já sem fôlego
para
cantar, sem vozes para pairar, e com o corpo sem vida.
Mas que maldade!
Chora de tristeza, choram as árvores. O céu entra em luto
nublando as núvens, e chorando com fortes chuvas grintando com fortes
trovoadas. Quando os pássaros morrem, a natureza se instala num clima de tensão
e não mais produz felicidade porque tiraram dela as vozes belas que pairavam e
deixavam o sol alegre e brilhante.