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EXCEPTO MERETRIZES



No bairro há tantas viciadas em dinheiro e por isso fazem troca do orifício pelo valor monetário.
Meu defeito é sentir náuseas por perto de meretrizes. São nojentas pelo que fazem. Não só por, socialmente, pelo trabalho que fazem, ser caraterizado como  disparates às outras mulheres. Do lado subjectivo, eu sinto nojo.
Após a tarde cair e deixar que se levante a noite, eu estava completamente aflito. Eu queria fazer alguma coisa.
Passei todo dia distante de casa, mas quando chegara, o saldo do cartão da Dstv havia esgotado-se.
Estar só em casa, olhando às paredes é função de prisioneiros e como consequência trás problemas psicológicos.

Decide sair na mesma noite. Noutro lado, após passar a linha ferria, há uma loja da Dstv que se dispede dos clientes às vinte e três horas.
Olhei para o relógio, eram vinte e duas horas.
— Ainda há tempo. — Disse.
Passei a linha ferria. Havia inúmeras lojas naquele lugar, umas abertas outras fechadas.
Ao chegar, pareceu-me estranho.
— Como possível a loja não estar aqui?! — Disse espantado.
Decidi fazer a contagem das lojas.
— A penúltima loja tem que ser da Dstv.
Quando cheguei na penúltima, foi inacreditável no que vi.
— Não. Parece que hoje estou com problemas de visão. — Fiquei estático fitando a loja e continuei — Como possível não haver loja aqui? Onde foi parar? — Manifestei-me no interior.
As portas, as janelas, as tv's, os balcões. Tudo. Não havia mais nada. A não ser as luzes e umas jovens aí.
— O que procuras, moço? — Questionou ma jovem decente de pele escura, tranças sanguita dentro da ex loja.
— Sabes onde fica a loja Dstv?
— Não. Acho melhor perguntares àquele segurança.
— Hã, está bem. — Disse. O segurança se aproximava.
A gente conversava há uma distância de dois metros. Eu fora, ela espreitando pela janela.
— Ele está grandinho, não é? — Disse ela.
— Quem? — Fez um gesto com a cabeça indicando um menino de cinco anos que vinha correndo. — O seu filho. — Acrescentou. Fiquei espantado. Um senhor chegou pegou o menino e foi-se. Ela ficou rindo de mim e disse: — Te assustei não é?
— Sorrindo, lhe disse: Muito mesmo.
Saiu da loja foi até em mim e perguntei-la seu nome. Disse-me e começamos a conversar simpaticamente. O segurança desviou. Depois daí já estavamos a ir em minha casa.
Àquelas horas as farmácias já estavam fechadas.
— Tens aí preservativos? — Perguntei-a.
— Sim, tenho. — Respondeu. Fiquei espantado.
— E por que anda com eles?
— O meu namorado não gosta de comprar preservativos, comprei e me esqueci de deixar em casa.
— O que fazias ali?
— Estava a espera dele. Mas ele não virá mais.
— Pronto. O meu prato está servido. Mesmo sem tv hoje farei novela — Disse dentro de mim e comecei a sorrir.
Depois de passar-mos a linha ferria, faltava apenas mais duas ruas para chegar-mos em casa.
— Sabes o quanto valho, não é? — Questionou ela. O que ela queria dizer com isso?
— Como assim? — Indaguei-lhe.
— São três mil.
— És prostituta?! — Parei de andar.
— Não é ser isso. É o trabalho que eu faço. Vais gostar.
— Já não vamos em minha casa!
— O quê?!
— Achas que eu tenho tempo de penetrar com prostitutas?!
— Não me ofendas. Tá bom fica por dois mil.
— Que nojento! — Disse dentro de mim.
Desviei o caminho e estava a entrar numa rua mais escura. Ela continuava a seguir-me.
— Não siga-me. — Dei-lhe broncas.
— E quem vai pagar o trajeto? Foi você quem me trouxe aqui. — Reivindicou.
Entrei num beco e pus-me a correr. Olhou para o beco e nada viu. Estava tudo escuro. Voltou e fui para a casa.
Que sorte minha!


Se tivesse feito sexo com ela, iria acordar com a boxa ejaculada. Foi bom ter-me despertado do sono e o sonho ter parado por aí.

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